segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Educação de qualidade?

É com pesar que inicio esse blog. Explico: o estado atual da Educação é crítico. Como profissional da educação, fico muito preocupado com as tendências. Não há mais qualquer incentivo ao aprimoramento da cultura do saber. Os questionamentos foram substituídos pelo comodismo das respostas prontas. Estudantes universitários se orgulham por jamais terem lido um livro sequer. Há uma crença de que os telejornais sempre transmitem a notícia tal qual o fato ocorreu, sem distorções. Poucos são os que sabem quem foram Julio Verne, Isaac Asimov, Alexandre Dumas, entre outros. Muitos criticam Machado de Assis, mas jamais abriram uma de suas obras. Adotam escritores mais preocupados com o lucro do que com a cultura. Muitos compram livros por estarem entre os primeiros dentre os mais lidos, conforme publicado em revistas de interesses duvidosos. Jamais leram Clarice Lispector, Mário Quintana, João Ubaldo Ribeiro, Drummond, e se orgulham disso.

Internet é a sensação e deve ser, mesmo, pois pode ser uma ferramenta excelente. Só não pode ocorrer a troca de valores.

Bom! Vamos para a Educação. Métodos educacionais "modernos" e "miraculosos", verdadeiros modismos, sem qualquer compromisso com o saber, proliferam como vírus mortais. Tais métodos são impostos às escolas como se fossem resolver todos os problemas.

Enfim, não há mais um ensino-aprendizagem que realmente pode levar um cidadão ao conhecimento necessário para que ele desenvolva seu trabalho na área escolhida. Faculdades "lançam" ao mercado de trabalho profissionais sem qualquer condições de exercer sua profissão. Não são poucos os profissionais que buscaram uma faculdade e colaram grau sem tal condição profissional. Foram enganados, para não dizer roubados! Tiraram a chance de um cidadão buscar melhores condições profissionais e pessoais. Isso para não dizer no dinheiro investido para a sua formação específica, que deveria retornar para a sociedade na forma de profissionais qualificados. No entanto, a busca pelo lucro e pelos números escondem uma realidade cruel. Profissionais mal formados são escondidos nas tabelas que apresentam um crescente número de brasileiros com nível superior. Serão esses os "modernos analfabetos funcionais". Cidadãos com diploma de nível superior, mas com qualificação técnica baixa.

Um bom começo para melhorar a Educação talvez seja uma ampla discussão do verdadeiro papel do professor. Paralelo às discussões sobre as questões salariais (importantes, claro), pode haver discussões sobre como aproveitar melhor a relação aluno-professor-escola ou universidade. Será que temos consciência do verdadeiro papel de cada um no processo educativo? Será que o aluno sabe qual o seu papel? O professor tem consciência de sua abrangência, principalmente nos entornos da escola, e no incentivo que pode oferecer ao estudante? O professor universitário aplica, de fato, suas atribuições e suas competências em atividades junto à sociedade? Quais atividades os gestores podem propor para aprimorar a Educação?

O tempo está passando e há apenas reclamações, sem qualquer tomada de atitude. Quanto mais o tempo passa, mais difícil se tornará reverter a situação calamitosa em que se encontra a Educação no nosso país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário